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3/13/2017

 Percepções variadas da realidade 

 A algum tempo fui demitido do meu emprego, acontecimento esse que foi levado numa boa pelo Marcel do passado, que sou eu só que em outra linha temporal, no momento em que ocorria o fato, literalmente, o jovem em questão estava tranquilo consigo, num ponto onde estava até aéreo, distante, pensava nas possibilidades recém adquiridas que o desemprego trazia consigo, estava feliz, quanta burrice pode caber numa só cabeça não?
 Por fim o seguro desemprego passou, o dinheiro do acerto foi investido gasto de forma burra em várias coisas, e cá estou eu no presente, ainda desempregado e sem dinheiro, pronto para escrever sobre.
 Então se estamos em situações parecidas vem cá que eu te abraço com meus parágrafos, vai dar certo. VAI QUE COLA





(inserir uma imagem aqui ao terminar o post)




 Se me lembro bem eu estava naquele lugar para entregar um currículo, situação normal até então, depois de fazer isso durante alguns dias é quase que automática a abordagem.

 "Olá, posso deixar meu currículo? A então beleza, obrigado viu, tenha um bom dia"

 Essa frase quase saia da minha boca sem eu pensar, poderia dizer o mesmo do sorriso falso e da mão espalmada em direção aos céus, porém dessa vez alguma coisa chamou minha atenção antes de colocar em prática a técnica recém adquirida, algum fator nessa atividade tão corriqueira na vida de pessoas desempregadas tinha mudado momentaneamente, no caso a parte mais importante desse raciocínio, eu. que babaca esse Marcel se achando importante

 Antes mesmo de abrir a porta do estabelecimento para onde caminhava, minha mente me bombardeava de questionamentos, muito alto na minha cabeça: "mas Marcel, aqui? Você quer mesmo isso para você?", "Marcel você é burro?", "Marcel aqui não cara, vamos embora cara, para com essa merda.", enfim, era algo assim que ocorria dentro da minha mente, tudo claro enquanto minha busca por motivos para continuar, o que eu nem tinha começado a fazer ainda, não tinham sido respondidas.

 Resolvi abrir a porta mesmo assim e caminhar até o funcionário mais próximo, visando claro em um curto período de tempo ser mais um "colega de trabalho" do mesmo.

 Parado de frente ao balcão acabei reparando no cara para que perguntei do gerente, enquanto observava seu semblante pensei em como somos acostumados a não reparar nas pessoas que trabalham para nós por curto período de tempo, estamos muito acostumados a essa presa diária ou mesmo observando a vida dos outros no Instagram para interagirmos com nossos amigos de planeta, quase o enxergamos como parte da empresa onde estamos passando em busca de serviços específicos, antes do meu devaneio sobre isso me levar longe demais eu comentei com ele:

- Foda trabalhar de final de semana né cara?

 Quando ele entendeu que eu falava com ele, o que levou alguns segundos, o gerente já tinha chegado, cortando qualquer começo de conversa que eu poderia ter com ele.

 As perguntas chaves que um gerente poderia fazer foram respondidas com prontidão, aquela velocidade do desespero por uma grana nítida, quase palpável, quando terminou fez suas considerações finais, disse que avaliaria meu currículo e que retornaria se necessário, acabou por se retirar rapidamente com meu currículo na mão.

 O problema foi que essa cena durou um pouco mais na minha cabeça.

 Quando o gerente tinha chegado minha atenção foi toda voltada para o seguinte pensamento: "não faça merda na frente desse cara, não agora",  cada pergunta uma martelada na minha mente, eu nem sei como posso falar tanta coisa pensando em números impressos em cédulas, realmente a situação faz o mago, de qualquer forma quando ele finalmente ficou com o currículo e se foi, eu pude sentir minha mente voltando a sua normalidade, quanto nervosismo para algo que nem tinha acontecido ainda, aquele cara nem era meu gerente e eu já estava raciocinando como funcionário dele, a que ponto chega a mente do homem necessitado, é meus queridos eu não sei.

Quando de saída o cara com quem puxei assunto, e nem tinha sido respondido, solta um único comentário final:


                           
                              "A gente se vê cara, boa sorte"



Rumei para minha casa envolto em pensamentos capitalistas aquele dia.


Enfim leitor esse foi o final da postagem, se você não gostou muito a culpa não é só minha, afinal, o que você realmente esperava aqui? No mais espero ver você novamente e até uma próxima.



ass: M.O.P.


ps: não sei porque eu fico escrevendo sobre ver vocês novamente, nem estou vendo ninguém agora.
ps²: não sei de quando é o último post
ps³: compartilhe se tem coração. Você pode falar que alguém rakeou seu face depois

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