-Oloco "irmãozinho" como aconteceu isso? - questionou o dono da mecânica, as duas mãos na cintura, um olhar clinico para meu humilde veiculo.
- A é uma longa uma historia. - respondi em prantos - basicamente o cara virou sem dar ceta e quase me matou, por fim aconteceu só isso.
Sinceramente eu acho que o mecânico está muito próximo de um balconista de bar, Ele ouve suas angustias, tem opinião formada sobre quase tudo, mesmo que não tenha vai se esforçar para aparentar ter, odeia tudo que você odeia, é companheiro, pelo menos enquanto você estiver com dinheiro na carteira e ainda da um jeito do seu veiculo voltar as ruas, putaqueopariu que cara maneiro.
- Que CUZÃO esse cara mas ainda bem né "véi", imagina ele arranca tua perna fora? - riu como uma hiena, na cabeça dele deve ter sido bem mais engraçado, prosseguiu depois de se acalmar - Mas espera um pouco que eu tenho que terminar um negocio aqui dessa moto, já venho ver o que faremos com seu freio.
Os poucos minutos que se estenderam até ele chegar mais o estranho silencio que estava me rondando, só fizeram eu pensar mais, tanto no tempo quanto no dinheiro que eu perderia naquela manhã de quarta com cara de segunda da depressão, o silencio prosseguiu, o céu estava cinza, o vento sobrava, até que meu amigo mecânico ressurgiu, dois pedaços de ferro, um em cada mão, uma aura de determinação poderosa.
- "Irmãozinho"segura a moto ai que vou colocar essa bosta no lugar.- ordenou o cirurgião mecânico, sem avental nem luvas, enquanto sentava no chão/mesa de operações, ao lado da biz.
- Como assim colocar no lugar? - eu tinha certeza que ele ia querer trocar essa bosta dessa peça.
Continuei incrédulo enquanto observava aquela cirurgia, ele enfiara um ferro dentro do outro, fazendo um ULTRA MEGA BLASTER ferro, com a maestria de um samurai, começou a desentortar o pedal do freio aos poucos. puxando e puxando, e depois puxando mais um pouco, xingou quando o treco não ia mais.
- Freio de merda, já volto - saiu com pressa para dentro da mecânica, voltou com um martelo em mãos- tá quase lá cara.
- O que você pretende fazer com esse martelo senhor? - perguntei de joão bobo, logico que eu sabia o que ele ia fazer.
As marteladas ecoavam em meus tímpanos, como facadas, o mecânico apenas continuava a martelar até o pedal voltar ao lugar onde devia estar sempre, quando vi ele se levantando, presumi que o serviço estava concluído, perguntei na humildade:
- Deu certo cara? Meu freio ta funcionando? - pensamentos sobre quanto ficaria essa brincadeira inundavam minha mente.
- Opa se tá cara, suave na nave agora.
- Quanto fica cara? - Decidi ir direto ao ponto, ia acontecer de qualquer forma, eu só estaria adiando o inevitável.
- Nada não "irmãozinho" esse é por conta da casa, você vem direto aqui mesmo.
Juro que nessa hora foi como se uma bomba de felicidade estivesse explodindo dentro da minha alma, depois de explodida ela voltava a seu estado normal e depois explodia de novo em um ciclo infinito de explosões de felicidade, pqp como eu sou mão de vaca.
- Serio isso cara? - um sorriso radiante ornamentava meu rosto.
- Sim cara, é serio.
Logo nos despedimos, ele virou as costas, sai de lá o mais rápido possível, vai que ele muda de ideia do nada.
Bom o post chegou ao fim e eu espero que você tenha tirado algo de proveitoso dele, enfim um abraço na alma e volte outras vezes seu dahora.
ass: M.O.P.
PS: quando eu entrei em casa minha mãe perguntou na lata, FOI DE GRAÇA NÉ? ela disse que percebeu pelo tamanho do meu sorriso.
PS2:
Melhoras pra sua biz.
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