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1/30/2015

Chuva...




"Se eu fosse a chuva, eu seria capaz de me conectar ao coração de alguém, da mesma forma que a chuva pode unir o céu e a terra, que são eternamente separados?"




 Eu  gosto da chuva, de verdade, independente se  ela chega assim DO NADA e te abraça com força ou quando resolve fazer um carinho no seu livro novo até mesmo quando você está na sp 304 de bis e ela vem só dar um alô pro pessoal, eu ainda gosto dela. É ela é meio inconveniente mesmo, mas só as vezes sabe, tipo aquele seu amigo????? que não sabe a hora certa de chegar nos lugares porém, quando você está ali, envolto no mais singelo momento da chuva, eu acredito que tudo possa acontecer,  e esse post se passa em uma noite chuvosa, de um lugar chuvoso, onde graças as condições climáticas e mentais deturbadas, duas pessoas que deveriam ficar eternamente separadas se conectaram brevemente.

SIM É SOBRE BARRACO ALHEIO.



 Assim que eu bati o "treco de ligar a moto" (segura a ignorância do garoto) um estrondo rasgou o céu já totalmente negro, sem estrelas,  sem fim, e assim eu descobri que eu provavelmente iria ser agraciado com a presença  da dona chuva em meu role, foi rápido coisa de duas curvas ou três, lá estava eu sendo lavado por uma fria e inconveniente chuva, a viagem de volta seguia corriqueiramente corriqueira, as mesmas curvas, semáforos, radares, buracos(só que tudo molhado) MAS uma coisa estava diferente, e essa coisa em especifico, enquanto parados no sinal vermelho, se dirigiu a palavra a mim com um nível um pouco elevado de SANGUE NOS ZOIO:
- O FILHO DA PUTA!-  disse a besta como num arroto que saiu rápido demais e rasgou sua garganta.
- Eita carai- nesse mesmo instante minha moto morreu e quase meu coração  foi junto.
- Você sabe dirigir?- a besta emendou na minha cara.
 Claro que eu sabia que era comigo, só dava eu do lado dela, ela olhava para mim com um caçador olha para sua presa, mas na duvida você pergunta né?
-  Você está falando comigo moça?- perguntei com o melhor olhar de filho da puta que eu poderia fazer.
- SIM É COM VOCÊ PORRAAA!!!- ela gritava estérica de dentro de sua lata motorizada anti-chuva.
 Nesse ponto da "conversa/barraco" eu pensei em uma coisa que eu ando reparando sabe, assim no universo, ou coisa do gênero, fato é que em meio a tantas discussões que nós travamos no dia a dia, seja em casa, na rua ou em qualquer lugar, o que difere entre os dois lados de uma discussão é o quanto ambos se importam com o resultado final ou com   processo da discussão. Eu  nesse caso estava cagando tanto pra ela que dava pra encher dois carros dela de merda facilmente, e sendo assim eu estava na moral, aquilo pra mim ia durar somente até o sinal abrir, seria rápido e indolor ela muito pelo contrario estava prestes e explodir de ódio, aquele sinal vermelho pra ela era infinitamente mais vermelho, um vermelho sangue, aquele garoto de bis não seria perdoado e assim nesse estado desprovido de pensamentos lógicos ela queria simplesmente chutar os pal das barraca tudo entende? Não entendeu? Nem eu na hora mas respondi enquanto batia no "treco de ligar a moto":
- Olha moça o estado de São Paulo  diz que sim - com a moto ligada já estava mais seguro, na duvida era só acelerar e torcer pra nada me atropela.
- Você ta me tirando MOLEKE? - ela chegou a colocar a cabeça pra fora, parecia uma papagaia loiro
- Não moça não estou, na verdade, não compreendo muito bem esse seu linguajar de favela, como assim "tirando"? - nesse ponto o  saco de merda já estava a caminho do ventilador.
- Moço  eu não quero ter que te atropelar, e te MANDAR PRA CASA DO CARALHO - foi uma frase estranha de se ouvir, foi subindo como uma montanha russa, começou calma a psicótica, no fim permanecia psicótica porem diferente.
 Claro que o sinal não tinha aberto ainda, eu estava preso aquela situação de alguma forma, o universo e suas possibilidades, são tantas que chega a ser engraçado pensar nisso,  convenhamos  eu estava ali , e o barraco também estava ali, até a psyco papagaia estava ali, e a dona chuva já se fazia presente também  sendo assim fui obrigado a questionar o papagaia novamente em busca do barraco completo.
- Olha moça - o tom era de um neutro filho da puta- eu novamente lhe questiono sobre seu linguajar, onde fica  exatamente a casa do caralho?
 Não vou mentir, o olhar que recebi da papagaia foi amedrontador, eu imaginei ela saindo da lata anti-chuva, me erguendo a cima da altura da cabeça com bis e tudo, depois me jogando no chão, para fazer um lanche maneiro, onde o recheio era eu e as fatias de pão eram o chão e minha bis,  ainda bem que não foi isso que aconteceu, apenas o barulho da chuva que seguiu por alguns segundos, tava um clima meio merda então me senti na obrigação de chutar ele pra lá.
- Moça, uma coisa não ficou muito clara para mim nessa bela noite, afinal você não responde minhas perguntas direito, você está me ameaçando? - não, eu não estava calmo assim, mas ninguém alem de mim precisava saber.
 Olhando nos olhos dela pude ver um monstro que residia por de baixo daquela pelagem humanoide me responder com outra pergunta, achei que só eu faria isso nesse barraco em especifico mas enfim:
- Você quer pagar pra ver moço? - Não consigo descrever em palavras como o rosto dela se parecia nesse ponto, mas me lembro do calafrio que percorreu a a minha espinha inteira assim que ouvi  isso, mas não me deixei abalar, eu podia estar com o cu trancado, mas ela não precisava saber.
- De quanto estamos falando?
- QUÊ?????
- Quero pagar nada não to sem grana moça, pode guardar pra você- respondi tentando passar o um ar de soberba  pobre.
 Então eu vi,  de canto de olho,o vermelho ir embora e dar lugar ao verde, e assim  inesperado como a chuva eu virei para a papagaia e disse como um principiante das artes do insulto:
- Moça rapidinho , VAAI A MEERRDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA-  gritei DO FUNDO DA MINHA ALMA enquanto me afastava o mais rápido possível da besta temendo pelo meu cu.
 Cheguei em casa nesse dia, molhado,  com a sensação de dever comprido e vivo, acho que venci dessa vez.




Post chegando ao fim, espero que você tenha gostado e volte outro dia, compartilhe se sentir que deve fazer outras pessoas perderem tempo e é isso ai.


ass:M.O.P.


ps: a sonoridade da palavra "merda" deve ter ficado muito boa, eu indo embora e o merda diminuindo gradativamente e assim penetrando mais fundo na alma do monstro.
ps2: não consigo imaginar o tanto que essa mina me xingo na casa dela.
ps3: ela não respondeu minhas pergunta direito otária.




Um comentário:

  1. uhashu Psyco papagaia foi foda!
    uhashu oW me divirto lendo essas paradas! Fiquei imaginando a cara de puta dela querendo te esfolar... deve ter sido igual (ou bem parecida) quando um caminhoneiro mandou eu tomar no cu e eu respondi sorrindo: Jesus também té ama! (com joinha a lá seu Creyson)!
    Ha deixa eu aproveitar e fazer meu mercha... Acessa o gazeta geeK no youtube, e acompanha o blog (porno) www.voyeurcomic.blogspot.com.
    Abraço do mano Kung Fu!

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